Meados da década de 80: chegada da família do Prado na Barra do Ribeira, violentamente expulsos do sítio onde moravam por uma política de preservação ambiental do governo do Estado de São Paulo que criou a Estação Ecológica Juréia-Itatins.
Motivo da criação da Estação Ecológica: preservação de um trecho de Mata Atlântica, já que 95% da floresta já havia sido destruída. Atitude nobre, não fosse a desconsideração pelas famílias que ali viviam há gerações e que através da agricultura, pesca e caça de subsistência mantiveram o local preservado.
Houve discussões, brigas e lutas das famílias com o governo do Estado que muito sabiamente enfraqueceu a luta dos moradores contratando algumas das pessoas mais articuladas para trabalharem como guardas florestais a favor da política imposta pelo governo.
Jogados nas cidades arredores, alguns literalmente saíram amarrados de suas casas, viviam dificuldades ao se adequarem às novas condições. Não tinham habilidade para a pesca comercial de manjuba, mas tinham que pagar o aluguel. Parte dos homens passou a trabalhar como servente de pedreiro na construção de casas de veraneio e das mulheres como “guardadoras” de casas vazias mantidas pela classe média alucinada pelo consumo de duas ou três semanas por ano no litoral.
Alguns perceberam que estava errado, precisavam então de uma entidade oficial que desse condições para os moradores continuarem defendendo os interesses da população local. A família do Prado funda então a Associação dos Jovens da Juréia tendo melhor força para trabalhar por uma política de preservação e conservação ambiental mais justa e para manter e valorizar elementos simbólicos e materiais da cultura caiçara. Em 2009 a Associação conta com 42 associados, parte destes são ex-moradores da Juréia e parte moradores da Barra do Ribeira, além dos freqüentadores.
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